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NÃO VENHA ME MATAR (POESIA)

Bruna Weyll



Comandanta Ramona, arte digital por Juliana Gomes. Reprodução do Instagram @abyayalese.


Não venha me matar!

você e sua saudade

que não é de verdade

falsa como seu amor

e sua fidelidade

só quer exercer

o controle sobre

o meu corpo,

minha mente

e minhas vontades

se esquece que

antes de você

eu já tinha vivido

muitas novidades

não venha me matar

com suas mentiras

e chantagens

fazer eu me questionar

sobre minha sanidade

sou muito poderosa

e disso você sabe


Não venha me matar

tentando me

desqualificar

estou exatamente

onde deveria estar

agora você

se bote no seu lugar

e tenha certeza que

me mantenho viva

e mesmo que me mire

nunca vai me acertar

agora eu sou várias

desinstaladas da

garganta e

decidimos gritar,

ser ouvidas,

ecoar


Não venha me matar!

me diminuir,

subordinar,

me iludir, machucar

manipular

já sei me defender

em lugares que

nunca irá me alcançar

agora eu tenho objetivos

e caminhos pra lutar

não vou desistir

não adianta

me acoar

minha luz é tão forte

que você nem

consegue me enxergar


Sou tão feliz

que só te resta

se conformar

seguir seu rumo

construir suas coisas

e nunca mais

me procurar

estou liberta

das suas ameaças

com minha rede

coletiva e protetora

ficou mais fácil voar

viver em abundância,

prosperar.

nem hoje

nem nunca mais

você e ninguém

tem a capacidade

de me amedrontar



Bruna Weyll de Melo é itabunense de criação, macuca de raiz, feminista e comunista por convicção, militante por um Projeto Popular para o Brasil, aprendeu a poetizar para fazer política com emoção, acredita que um mundo sem violência não só é possível como está sendo construído por milhares de mãos que em pequenas ações materializam grandes revoluções. Mátria Livre, Venceremos!

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