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25 DE JULHO DIA DA MULHER NEGRA LATINA E CARIBENHA E DIA NACIONAL DE TEREZA DE BENGUELA


Rede Feminista Crystiane Movimento Negro Unificado

Conselho da Mulher de Itabuna


No dia 25 de julho, celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Essa data relembra o marco internacional de luta e resistência da mulher negra para reafirmar a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vivido até hoje por mulheres que sofrem com a discriminação racial, social e de gênero. No Brasil, a data também é celebrada pelo Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.


Tereza de Benguela foi uma líder quilombola de destaque que resistiu à escravidão durante duas décadas no século XVIII, lutando pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança.


A luta das mulheres negras contra a opressão de gênero e raça vem desenhando novos contornos para os movimentos feminista e antirracista.


Ao integrar a tradição de luta destes movimentos, afirma uma nova identidade política decorrente do ser mulher e negra. Quando falamos em mulher negra no Brasil é importante traçarmos seu perfil para que possamos demarcar diferenças com as visões estereotipadas.


Nós, as mulheres negras brasileiras, somos 28% da população. A maioria de nós é analfabeta ou semianalfabeta. Nossa remuneração está em geral na faixa de um salário mínimo. Muitas de nós chefiam família em maior número que as brancas. Tal perfil demonstra que a maioria das mulheres negras vive em condição de pobreza.

Racismo é a crença da existência da superioridade de uma “raça” sobre as demais e, consequentemente, o seu direito de exercer o poder na sociedade e dominar os representantes dos outros grupos raciais. Sexismo é a crença na existência da superioridade natural de um dos sexos e a inferioridade do outro, e a legitimação do exercício de poder de representantes de um dos sexos sobre os representantes do outro sexo.

Ambos, racismo e sexismo, são formas de preconceito que ficam ainda mais complexas a partir de sua interação com outros preconceitos como a xenofobia, LGBTfobia, o preconceito geracional e de classe social. O preconceito e a discriminação violentam o exercício de direitos das pessoas cotidianamente. O racismo e o sexismo são muitas vezes naturalizados e banalizados na nossa sociedade. As mulheres negras estão no topo da cadeia de vulnerabilidade. Quando há uma violência contra a mulher, a vítima é negra em mais da metade dos casos. Os dados reforçam o impacto do machismo e do sexismo em relação às mulheres negras e a aniquilação de seus corpos e suas vidas. De acordo com o mapa da violência, a vitimização entre as mulheres negras no Brasil cresceu 68%, enquanto o homicídio das brancas caiu 9,8%. Os dados mostram que o feminicídio tem cor. As mulheres negras são discriminadas em diversos setores. No mercado de trabalho, estão expostas a condições precárias de emprego, baixa remuneração, diferença desigual de salários, exploração da mão de obra e assédio moral e sexual, em razão da herança cultural racista e escravocrata.


Diante de toda essa conjuntura a Rede Feminista Crystiane, o Movimento Negro Unificado e o Conselho da Mulher de Itabuna convidam todas as pessoas do território litoral sul para o Ato público Julho das pretas: "Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver."

Acompanhe no Instagram: @consemdami

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