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O ARTEFATO

Iarley Oliveira


Clara Mariah na água. Foto: Janaína Nascimento. Reprodução do Instagram @lembrançasdomundoprofano.


Ó Deusa, te agradeço pelo ato tão sublime

De ver a tudo e a qualquer coisa com grandeza

E ver por tua lente esta beleza

Reflexo divino deste ato

Da luz multicolor da natureza

Que beija ao peito a marca da certeza

Nas curvas e nos níveis do artefato



Da luz lilás dos ares lá da praia

Ao Mie entre a cidade e os mangues

Recolho tudo e parto, itinerante

Pra ver-te bela em todas as partes

Guardando-a em minhas memórias

Nas águas que me batem nas canelas

E canto todo o meu amor à ela

Tecendo o verso citando doçuras



És como o puro ouro entre as torrentes

Que igual a luz do sol, nos abençoa

Mergulho então em ti, sempre contente

Na água em que minha vida se renova

Como me banham os raios dessa aurora

Que pousa e brilha sobre tua pele

Não há uma mente sã que não venere

Brilho solar da Deusa entre os astros



Qual raio que incide nas partículas

E nos revela as infinitas telas

Tomo uma dose de amor à ela

Contemplando-me também na paisagem

Roubando-me a cena, mil sorrisos

Perdendo ali também todos os lados

Detalhes que são pegos de surpresa

Nas curvas e os níveis do artefato.




Iarley Oliveira é um poeta baiano natural da cidade de Itabuna, graduando em bacharelado em Geografia pela UESC e militante do Coletivo Negro Minervino de Oliveira – CNMO. É membro do Clube de Leitura e Escrita Vila dos Poemas Perpétuos em Porto Seguro, escrevendo em Lembranças do Mundo Profano (@lembrancasdomundoprofano) o conteúdo de sua trajetória poética e experiências literárias.

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