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O GOVERNO DE BENJAMIN NETANYAHU SE OPÕE À CRIAÇÃO DE UM ESTADO PALESTINO!

Atualizado: 12 de abr.


Fernando Heck*


De forma correta, o governo brasileiro reagiu não apenas negando a possibilidade de qualquer retratação à Israel, como resolveu chamar seu embaixador de volta ao Brasil. - Michele Spatari/AFP

Desde as últimas 24 horas a repercussão da fala do presidente Lula tem sido tema frequente no Brasil e no mundo.

Netanyahu e seu ministro de relações exteriores, Ysrael Katz, ambos do partido de direita Likud, decidiram declarar o presidente Lula como “persona non grata” e convocaram o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para uma reunião no Museu do Holocausto com objetivos políticos de constranger a ele e ao Brasil.

De forma correta, o governo brasileiro reagiu não apenas negando a possibilidade de qualquer retratação à Israel, como resolveu chamar seu embaixador de volta ao Brasil. O recado foi dado de maneira mais dura: é Israel quem deve se retratar com o mundo.

Por outro lado, o lobby sionista que atua no Brasil e tem o monopólio de fala nas mídias hegemônicas quando o assunto é Oriente Médio, prontamente condenou a fala de Lula.

O chavão é o mesmo de sempre: toda e qualquer crítica ao Estado de Israel é chamada de antissemitismo. Além disso, o lobby sionista tem avançado no Brasil para outra escala, que é a da perseguição política de seus opositores, tentando calar seus críticos com processos e medidas judiciais. O caso do jornalista Breno Altman é um dos mais emblemáticos.

No entanto, é interessante notar que esse mesmo lobby sionista, voraz nas críticas a quem se opõe a eles e acusa a todos e todas de supostos atos antissemitas, não faz uma linha de crítica ao governo de Netanyahu. Este sim, responsável por uma política de genocídio contra um povo e que já matou mais de 30 mil pessoas.

Netanyahu e seus ministros, há quatro dias atrás, não deixaram escapar suas reais pretensões. Desde a campanha eleitoral de 2019 em que o premiê israelense apresentou seu “novo mapa de Israel” com a pretensão de anexar partes da Judeia e Samaria, áreas que estão na Cisjordânia, território controlado pela Autoridade Palestina, as intenções do sionismo contemporâneo restaram mais do que nítidas.

Trata-se de uma ideologia colonialista e supremacista que não tem nenhum objetivo em reconhecer a existência e criação de um Estado palestino. E foi exatamente o que Israel declarou no dia 16 de fevereiro ao dizer que se opõe ao reconhecimento unilateral do Estado Palestino.

Ou seja, Netanyahu e seu governo de extrema-direita não só querem a continuidade do massacre contra os palestinos, mas também tomar os seus territórios em Gaza e na Cisjordânia.

Por isso, o atual governo de Israel merece repúdio de todo e qualquer ser humano que defenda a paz. A solução para o conflito atual não é outra, senão o reconhecimento urgente do Estado Palestino. Do contrário o genocídio se perpetuará. O mundo precisa parar as pretensões colonialistas de Netanyahu e do lobby sionista que o apoia.

E, antes que os sionistas e repetidores das suas ideias, essas sim esdrúxulas, venham aqui vociferar, adianto: não, eu não defendo o Hamas e suas ideologias fundamentalistas. Sim, eu acho que os reféns deveriam voltar às suas casas.

Condeno os atos de 7 de outubro que mataram inocentes. Mas, estudo a História e a geopolítica e por esse motivo sei que a questão da palestina e do Oriente Médio não começou dia 7 de outubro de 2023.


Por um cessar-fogo já! Pela criação do Estado Palestino! Essas são as medidas necessárias para a paz!

*Professor de Geografia do IFSP e militante da Consulta Popular

****As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato Paraná


Edição: Pedro Carrano


Publicado originalmente em Brasil de Fato Paraná.

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