Kaio Mendes
Os comportamentos do bolsonarismo não são resultado de loucura, doença ou burrice, mas sim de uma tática de manipulação nazifascista que reduz seus seguidores a meros impulsionadores do ódio simplista.
A composição da máquina fascista original foi resultado de uma manipulação da classe média desde antes pouco provida de penetração na vida política e na formação histórica. Essa relação de demandas por costumes execráveis e discursos desconexos se põe a disposição dos líderes fascistas.
Tal "liberdade" pregada pelo fascismo estimula nos seguidores a possibilidade de sujeitos tão imbecis quanto seus mandatários se sentirem capazes de obter algum protagonismo, algo que a internet proporciona em um volume assustador. Surgem daí as teorias conspiratórias e as alucinações que sempre encontrarão vazão, mas desde que existam as pautas de cima e os jargões fundamentais, como palavras de ordem e de exaltação como: "mito, messias, deus acima de tudo, pátria, família e liberdade".
A essa disseminação repetitiva o próprio genocida alemão chamou de estribilho:
"A capacidade de compreensão do povo é limitada, mas, em compensação, a capacidade de esquecer é grande. Assim sendo, a propaganda deve se restringir a poucos pontos. E esses deverão ser valorizados como estribilhos, até que o último indivíduo consiga saber exatamente o que representa esse estribilho." (HITLER, 1983, p. 121)
Portanto, não é absurdo chamar o bolsonarismo de nazifascista, pois as inconsequentes ações e violências cometidas por eles não passam de um resultado da alienação fascista de origem. Não se trata de uma incapacidade cognitiva, mas de um contexto muito bem observado no qual eles são os mais perigosos propagadores.
A saída pra isso nós conhecemos, mas passa indiscutivelmente por uma reeducação onde esse discurso e os seus símbolos sejam abomináveis e não apenas motivos de chacota.
Kaio Mendes é economista.
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