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ARLÉO BARBOSA (★ 27/09/1939 - † 19/02/2022)

Raymundo Sá Barretto Neto

O professor Arléo Barbosa, grande figura humana, deixa este plano neste dia 19 de fevereiro de 2022 para ficar marcado na memória de todos que um dia o conheceram.

Ainda jovem, na década de 1960, foi nomeado professor de História do IME, importante escola pública de Ilhéus, em uma época que raríssimas publicações tratavam da história de Ilhéus e da região sulbaiana.

Arléo começou um trabalho de grande importância social, uma pesquisa minuciosa que gerou as primeiras "cartilhas" para o desenvolvimento de seu trabalho no ensino da disciplina.

Ao longo do tempo foi ampliando a pesquisa nas sucessivas edições de sua obra "Notícia Histórica de Ilhéus", que serviu de referência para que os primeiros historiadores habilitados, a partir dos anos 70 e 80, principalmente formados pela UFBA, utilizassem como fonte a sua pesquisa para a realização das primeiras dissertações de mestrado com foco na região do cacau da Bahia.

Reprodução: rede social.

Foi também importante sua atuação como professor na formação dos primeiros professores licenciados em História pela UESC a partir da década de 1980.

Arléo tinha a vocação para o ensino da História. Pela maneira como narrava os fatos, os alunos que atentos lhes escutava chegavam a conclusão que não tinha como ele não estar presente em tais acontecimentos, fosse na antiguidade, na idade média ou até mesmo na pré-história. Sua oratória tinha o poder de teletransportar os alunos no tempo e espaço.

Nos diversos colégios em que trabalhou, INSP, Fênix, Visão, entre outros, certamente contribuiu para a humanização dos que ali estavam, seja aluno ou colegas de trabalho.

No Instituto Histórico e Geográfico de Ilhéus, fundado em 1953, Arléo foi gigante. Presidente por algumas vezes, a primeira no longínquo ano de 1975, foi uma dura missão. O I.H.G.I, que tem por propósito a preservação e difusão da memória social, sempre esteve em busca de uma sede para a efetivação dos seus propósitos e nunca foi visto como prioridade pelas autoridades constituídas, mesmo assim Arléo nunca desanimou e sempre fez o que podia, para "manter a chama acesa" , como sempre repetia.

Professor Arléo, nós ilheenses só temos a lhe agradecer por tudo que o senhor representa, tanto para a nossa cultura, como para a nossa sociedade.

Vá em paz amigo!


Raymundo Sá Barretto Neto é licenciado em História e gestor cultural.

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